Bergamota 10ml

Bergamota – Citrus bergamia Risso & Poiteau

O óleo essencial de bergamota é extraído da espécie Citrus bergamia Risso & Poiteau, que pertence à família Rutaceae. Acredita-se que a bergamota é originária da região entre a Ásia e a Índia. O fruto foi levado para a Europa pelos turcos no século XV e seu nome pode vir do turco “beg-armut” ou “Beg-âr-mû-dî”, que significa “pera do Rei” ou “Príncipe das peras”, devido à forma do fruto. Além disso, algumas fontes sugerem que “bergamia” se refere à cidade italiana de Bergamo, onde o óleo essencial foi inicialmente destilado. A bergamota é famosa por dar sabor ao chá Earl Gray e é amplamente usada em perfumes e águas-de-colônia. Atualmente, a região da Calábria, no sul da Itália, é a maior produtora deste OE.

A bergamota é um híbrido do limão (Citrus medica limonum) com a laranja amarga (Citrus aurantium var. amara). É uma pequena árvore ramificada que lembra uma laranjeira, com aproximadamente 4 a 5 metros de altura, conhecida unicamente em estado cultivado.

Suas características lembram muito a laranja amarga e o limão. Possui folhas alternas, ovais, lanceoladas, dentadas e de coloração verde brilhante. O fruto é do tamanho de uma laranja, adotando o formato de uma pêra ou marmelo em miniatura e, quando maduro, apresenta coloração verde amarelada. As flores são brancas parecidas com as do limoeiro. O fruto possui uma polpa de coloração amarela esverdeada com sabor amargo como a laranja amarga e ácida como o limão

Este pequeno fruto cítrico não é comestível, porém sua casca apresenta um aroma muito agradável. Para se obter 1kg de óleo essencial de bergamota, são necessários cerca de 200kg das cascas do fruto não totalmente maduro. A extração do óleo essencial poderá ser realizada por pressão a frio da casca, onde todas as cumarinas permanecerão intactas e o fator fotossensibilizante estará presente, ou por destilação a vapor, onde as cumarinas serão desestabilizadas pelo calor, sendo este óleo essencial então denominado “furanocoumarin free” (FCF) ou “livre de furanocumarinas” (LFC), com ausência do fator fotossensibilizante.

A cor deste OE varia do amarelo claro quase transparente a um verde mais escuro. Essa variação se deve a fragmentos de clorofila e de pigmentos remanescentes do processo de pressão a frio de suas cascas.

No Brasil, o nome “bergamota” pode gerar alguma confusão, devido a ser atribuído a um fruto cítrico muito comum na região sul do país. Porém, o fruto chamado de bergamota no sul não é da espécie Citrus bergamia, como o óleo essencial de bergamota, e sim, da espécie Citrus nobilis, da qual se obtém o óleo essencial de mandarina, reconhecido internacionalmente na aromaterapia.

O óleo essencial de bergamota é amplamente utilizado nas indústrias de perfumaria, farmacêutica, cosmética e alimentícia. Devido à presença de bergapteno, um componente capaz de estimular a produção de melanina, é utilizado em cosméticos e bronzeadores.

Na literatura científica, também é citado como um recurso complementar no alívio de dores crônicas, estresse e ansiedade, combate à microrganismos e células tumorais, além de cuidados de pele especializados (1, 2).

Na bibliografia, é citado como um tônico da digestão, capaz favorecer o bom funcionamento do estômago e intestinos, além de auxiliar no combate à inapetência e distúrbios do apetite. Devido ao seu potencial antimicrobiano, também pode ser um recurso complementar nos cuidados com vaginites e infecções urinárias (2,3).

De acordo com o pesquisador Paolo Rovesti da Universidade de Milano, o OE de bergamota é adaptogênico, tendo propriedades calmante e/ou sedativa, tônico e/ou estimulante (2).

Componentes moleculares:
Hidrocarboneto monoterpênico: 0,7% alfa-pineno, 3,4% beta-pineno, 20-40% limoneno;
Aldeído: 0,19% citral;
Álcool monoterpênico: 15-24% linalol, 0,4% nerol, 0,09% geraniol, 0,24% alfa terpineol;
Éster: 29-36% acetato de linalina, 0,5-1,5% acetato de geranila, 0,5-15 acetato de nerila;
Cumarina e furanocumarina: 5% bergapteno, traços de bergaptole, auraptenole, limetina, methoxi furano – 2,3,6,7-cumarina.

Aromacologia

Óleo Essencial do amor próprio
O aroma cítrico e levemente adocicado deste óleo essencial age como um raio de sol dissipando a insegurança e a agitação interna.
Favorece o equilíbrio das emoções, despertando a tranquilidade e o bem-estar emocional. Levanta o astral, ilumina as sombras da mente, favorece a liberação do medo, vulnerabilidade, timidez e sensação de rejeição.
Apoia a superação de comportamentos destrutivos e compulsivos relacionados ao sono, alimentação, relacionamentos, culpa e autocrítica.
Fortalece a autoestima, facilita a conexão com a autoimagem positiva e a auto aceitação.
Associado ao OE de cipreste, pode auxiliar na busca por novos objetivos e reconhecimento do autovalor. Boa opção para adolescentes. Ideal para os momentos de agitação, angústia ou tristeza. Formas de uso: ABCAMST

Cosmética

Muito utilizado na cosmética, pode ser adicionado em produtos para a limpeza da pele.
Adicionado a cremes ou loções, favorece o equilíbrio da pele oleosa e mista, assim como o couro cabeludo saudável.
Em óleos e séruns, é um coadjuvante nos cuidados com peles danificadas ou em processo de cicatrização. Formas de uso: CFLMT

Usos Tradicionais

O aroma suave e delicado deste óleo essencial acalma a agitação mental e favorece o descanso. Tonifica a mente e auxilia no equilíbrio dos pensamentos e emoções.
Ideal para combater momentos de tristeza, desânimo e apatia. Formas de uso: ABFLMS
Pode ser um coadjuvante na busca pelo apetite saudável. Formas de uso: ABFLMST
Coadjuvante nos cuidados com a saúde íntima. Formas de uso: BA

Vishwa Schoppan
Bióloga, Ecóloga, Aromaterapeuta.

Referências:
1. Dosoky N.S., Setzer W.N. Atividades Biológicas e Segurança de Óleos Essenciais de Citrus spp. Revista Internacional de Ciências Moleculares. 2018; 19(7):1966. DOI: 10.3390/ijms19071966 Disponível em: https://www.mdpi.com/1422-0067/19/7/1966
2. PRICE, Shirley; PRICE, Len (Ed.). Aromatherapy for health professionals E-book. Elsevier Health Sciences, 2011.
3. Franchomme P. La science des Huiles essentielles Médicinales. (1 ed.). Paris: Guy Trédaniel, 2015.