Bergamota LFC 5ml

BERGAMOTA LFC – Citrus bergamia Risso & Poiteau

O óleo essencial de bergamota é extraído da espécie Citrus bergamia Risso & Poiteau, que pertence à família Rutaceae. Acredita-se que a bergamota é originária da região entre a Ásia e a Índia. O fruto foi levado para a Europa pelos turcos no século XV e seu nome pode vir do turco “beg-armut” ou “Beg-âr-mû-dî”, que significa “pera do Rei” ou “Príncipe das peras”, devido à forma do fruto. Além disso, algumas fontes sugerem que “bergamia” se refere à cidade italiana de Bergamo, onde o óleo essencial foi inicialmente destilado. A bergamota é famosa por dar sabor ao chá Earl Gray e é amplamente usada em perfumes e águas-de-colônia. Atualmente, a região da Calábria, no sul da Itália, é a maior produtora deste OE.

A bergamota é um híbrido do limão (Citrus medica limonum) com a laranja amarga (Citrus aurantium var. amara). É uma pequena árvore ramificada que lembra uma laranjeira, com aproximadamente 4 a 5 metros de altura, conhecida unicamente em estado cultivado.
Suas características lembram muito a laranja amarga e o limão. Possui folhas alternas, ovais, lanceoladas, dentadas e de coloração verde brilhante. O fruto é do tamanho de uma laranja, adotando o formato de uma pêra ou marmelo em miniatura e, quando maduro, apresenta coloração verde amarelada. As flores são brancas parecidas com as do limoeiro. O fruto possui uma polpa de coloração amarela esverdeada com sabor amargo como a laranja amarga e ácida como o limão. Este pequeno fruto cítrico não é comestível, porém sua casca apresenta um aroma muito agradável.

Para se obter 1kg de óleo essencial de bergamota, são necessários cerca de 200kg das cascas do fruto não totalmente maduro. A extração do óleo essencial poderá ser realizada por pressão a frio da casca, onde todas as cumarinas permanecerão intactas e o fator fotossensibilizante estará presente, ou por destilação a vapor, onde as cumarinas serão desestabilizadas pelo calor, sendo este óleo essencial então denominado “furanocoumarin free” (FCF) ou “livre de furanocumarinas” (LFC), com ausência do fator fotossensibilizante.

Fotossensibilização é reação incomum de sensibilidade da pele é induzida por substâncias químicas, quando exposta à luz ultravioleta ou fontes luminosas artificiais. Nos óleos essenciais, as moléculas responsáveis por essa ação são as furanocumarinas, uma classe de psoralenos, quimicamente próximos das moléculas de cumarina. Estas moléculas são encontradas em alguns poucos OE, principalmente nos OEs cítricos obtidos por pressão a frio da casca.

Ao aplicarmos um OE com alta concentração de furanocumarinas, puro na pele, e expormos a pele aos raios de luz ultravioleta, poderá ocorrer a fotossenssibilização. Esse processo epitelial manifesta-se mais comumente como inflamação, bolhas, vermelhidão, queimação e manchas escuras na pele.

O método de extração dos óleos essenciais cítricos interfere diretamente na presença de moléculas fotossensibilizantes. As furanocumarinas são encontradas principalmente em OE cítricos extraídos por pressão a frio das cascas. Porém, nem todos os óleos essenciais cítricos prensados ​​a frio são fototóxicos. Já os óleos essenciais cítricos destilados a vapor não contém furanocumarinas, portanto não são fotossensibilizantes.

De acordo com a literatura, confira os principais óleos essenciais fotossensibilizantes (1).

Óleos Essenciais fotossensibilizantes:

Absoluto da folha de figo
Arruda
Bergamota (pressão a frio das cascas)
Cominho
Grapefruit (pressão a frio das cascas)
Laranja amarga (pressão a frio das cascas)
Lima mexicana (pressão a frio das cascas)
Limão siciliano e Tahiti (pressão a frio das cascas)
Raiz de angélica (OE)
Tagetes

Óleos Essenciais com potencial fotossensibilizante:

Clementina- Híbrido entre a tangeria e a laranja amarga, sem sementes e com casca aderida a polpa (pressão a frio das cascas)
Raiz de angélica (absoluto)
Raiz de angélica CO2
Folha e semente de salsão
Semente de cominho (destilação a vapor e CO₂)

Óleos Essenciais cítricos considerados não fotossensibilizantes:

Bergamota LFC (LFC significa “Livre de furanocumarina/bergapteno)
Bergamota (destilada a vapor das cascas)
Limão siciliano ou Tahiti (destilação a vapor das cascas)
Mandarina (pressão a frio ou destilação a vapor das cascas)
Laranja doce (pressão a frio ou destilação a vapor das cascas)
Petitgrain (pressão a frio ou destilação a vapor)
Tangelo- hibridização entre a tangerina e o grapefruit , sem sementes (pressão a frio ou destilação a vapor das cascas)
Tangerina (pressão a frio ou destilação a vapor das cascas)
Yuzu (pressão a frio ou destilação a vapor das cascas)

Segundo Tisserand & Young (2013), não há risco de fotossensibilização se os óleos essenciais forem adicionados a um produto que não permanece na pele, como shampoo, sabonetes sólidos ou líquido. Já, em caso de saunas, os óleos essenciais poderão aderir à pele, podendo ocorrer fotossensibilização. Não há risco se a pele à qual os óleos são aplicados for coberta, de maneira a evitar a incidência direta de raios UV, como por exemplo, o uso de roupas de proteção solar (1).

Vishwa Schoppan
Bióloga, Ecóloga, Aromaterapeuta.

Referências

1. TISSERAND, Robert; YOUNG, Rodney. Essential oil safety: a guide for health care professionals. Elsevier Health Sciences, 2013.
2. Dosoky N.S., Setzer W.N. Atividades Biológicas e Segurança de Óleos Essenciais de Citrus spp. Revista Internacional de Ciências Moleculares. 2018; 19(7):1966. DOI: 10.3390/ijms19071966 Disponível em: https://www.mdpi.com/1422-0067/19/7/1966
3. PRICE, Shirley; PRICE, Len (Ed.). Aromatherapy for health professionals E-book. Elsevier Health Sciences, 2011.
4. Franchomme, P., R. J. et Pénoël, D. “L’aromathérapie exactement: encyclopédie de l’utilisation thérapeutique des extraits aromatiques.” Paris, France: Roger Jollois (2001).